Enviamos um ofício ao promotor de Justiça de Ibirité, o sr. Domingos Ventura, alertando sobre a dificuldade de obter informações sobre a construção das alças sul e sudoeste do Rodoanel Metropolitano, que afetarão especialmente o município de Ibirité e o Parque Estadual do Rola Moça. Também pedimos que sejam tomadas providências a respeito!
Não é de hoje que nosso mandato busca saber mais sobre o potencial predatório desse empreendimento para a população, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural de Ibirité, bem como para a produção agrícola tradicional da região que ajuda a abastecer BH e Região Metropolitana.
Desde o ano passado, temos encaminhado ofícios para diferentes autoridades – incluindo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) e a Prefeitura de Ibirité – mas as respostas têm sido evasivas ou inexistentes. Mesmo acionado via Lei de Acesso à Informação, por exemplo, o governo municipal se recusa a nos dar um retorno!
Já o governo de Minas vem se furtando de prestar informações, mesmo que preliminares, alegando que isso não pode ser feito até que o projeto do Rodoanel esteja licitado e o respectivo Estudo de Impacto Ambiental esteja pronto. Ora, será mesmo que o estado não sabe sobre os impactos do serviço que quer contratar? Suspeitamos que o traçado da alça-sul do Rodoanel pretende justamente garantir uma via de escoamento para mineradoras que atuam na Região Metropolitana de BH, como a Santa Paulina, em Ibirité.
Com base em farta documentação e imagens de georreferenciamento, mostramos à promotoria de Ibirité que o traçado do novo Rodoanel vai passar por cima de importantes áreas de horticultura e do Parque do Rola Moça, uma unidade de conservação de proteção integral e importante manancial hídrico. Também expusemos os potenciais danos a sítios arqueológicos e a patrimônios históricos da região, como a Fazenda do Rosário, que abrigou o projeto pedagógico internacionalmente reconhecido da pesquisadora russa Helena Antipoff. É um absurdo que o governo de MG alegue não saber de nada!
Pedimos que o Ministério Público tome as devidas providências para proteger o patrimônio ambiental e cultural da região contra as ameaças da mineração ilegal e a realização de obras cujo interesse público é, para dizer o mínimo, duvidoso. Estamos atentas!
Foto: CBH Rio das Velhas – Tanto Expresso / Bianca Aun