Após enchentes de janeiro, estudo aponta presença de materiais tóxicos em rios de MG

Gravíssimo! Estudo conduzido após as enchentes do início do ano encontrou quantidades expressivas de metais pesados em rios da RMBH. As suspeitas são de contaminação por rejeitos de mineração.

Em janeiro, moradores e movimentos denunciaram o aspecto da lama das enchentes em várias cidades – cheiro, coloração e consistência estavam estranhos. Uma rede autônoma de pesquisadores, ambientalistas e atingidos se mobilizou para coletar e enviar o material para análise em laboratórios de universidades federais.

Foram recolhidas amostras em Rio Acima, Raposos, Honório Bicalho e Macacos (distritos de Nova Lima), Piedade do Paraopeba (distrito de Brumadinho) e na calha do rio Paraopeba, na altura de São Joaquim de Bicas. As localidades são próximas a BH e os rios pertencem às bacias dos rios das Velhas e Paraopeba, que abastecem a Região Metropolitana.

Os primeiros resultados apontam níveis alarmantes de ferro, manganês, estanho, arsênio, chumbo e zinco na água. Os maiores valores de ferro/chumbo estão em São Joaquim de Bicas, onde vivem os Pataxó e Pataxó Hã hã hãe da aldeia Naô Xohã, que têm cobrado providências da Vale.

As maiores concentrações de arsênio/manganês são de amostras colhidas em material oriundo da barragem da mina Pau Branco, da Vallourec, que sofreu um deslizamento em janeiro – e que, segundo a mineradora, estariam livres de rejeito minerário.

O trabalho está sendo coordenado pela prof. Dulce Maria Pereira, do Laboratório de Educação Ambiental e Pesquisas da UFOP e pelo professor Paulo Rodrigues, do programa de Pós-Graduação do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN, com o Núcleo de Análises de Resíduos e Pesticidas da UFMA e o Grupo de Pesquisa Educação, Mineração e Território (EduMiTe). A ação é realizada pelo Movimento pelas Serras e Águas de Minas – MOVSAM e pelo Projeto Manuelzão. Nosso mandato tem dado suporte e contribuído na estruturação dessa iniciativa fundamental.

Reforçamos a URGÊNCIA de compreender os possíveis danos à saúde e ao meio ambiente, investigar a origem desses materiais e responsabilizar os autores. BASTA de conivência com os estragos da mineração! A população de Minas está sendo envenenada!